22 de julho de 2015

PAPA E PREFEITOS REUNIDOS NO VATICANO ASSINAM DECLARAÇÃO CONJUNTA

Cerca de 70 prefeitos de várias partes do mundo estão reunidos nesta terça e quarta-feira, 21 e 22 de julho, no Vaticano, para discutir as mudanças climáticas, as novas formas de escravidão moderna e o desenvolvimento sustentável, em evento realizado pela Pontifícia Academia das Ciências. O workshop “Escravidão Moderna e Mudanças Climáticas” contou com a participação de sete prefeitos brasileiros, que prepararam uma carta relatando os principais desafios enfrentados pelos governos locais e pedindo o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) como atores fundamentais na promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento humano. Os prefeitos também solicitam por meio do documento que haja uma transferência de recursos e tecnologias dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, e que este repasse seja feito diretamente às cidades, considerando o consumo de recursos naturais dos países. Periferia e crescimento desenfreado Em seu discurso improvisado que encerrou o primeiro dia do encontro, Francisco falou que “o trabalho mais sério e mais profundo se faz da periferia até o centro”. “Se o trabalho não vem das periferias até o centro, não tem efeito”, afirmou ele ao apontar as responsabilidades dos prefeitos e os motivos pelos quais eles participam do evento. Mais uma vez ele pode falar ao mundo sobre suas expectativas de que a comunidade internacional chegue a um consenso e produza um documento final com propostas concretas durante a cúpula sobre o clima, a ser realizada em novembro, em Paris. Segundo ele, “as Nações Unidas precisam se envolver mais fortemente nesses problemas, especialmente com o tráfico de seres humanos, provocado por este fenômeno ambiental, a exploração das pessoas”. O papa apontou que o inchaço das grandes cidades é provocado pelas consequências de um movimento de desenvolvimento tecnocrático de exclusão, no qual as pessoas no campo têm seu acesso à terra diminuído e migram para os centros urbanos, e que este problema está ligado à maneira como se cuida do ambiente. “É um fenômeno mundial. As grandes cidades crescem cada vez mais, e junto com elas, os bolsões de pobreza e miséria, onde as pessoas sofrem as consequências das negligências com o planeta”, conclui. Encíclica Social Sobre a Laudato si’, Francisco afirmou que ela não é uma “encíclica verde, mas sim uma encíclica social”, pois dentro dela, assim como da vida social do homem, não é possível separar o cuidado com o meio ambiente. “O problema do ambiente é uma atitude social, que nos socializa”, refletiu. Ele enfatizou que a cultura do cuidado pelo ambiente não é apenas uma “atitude verde, é muito mais”. “Cuidar do ambiente significa uma atitude de ecologia humana. Já não podemos dizer a pessoa está aqui e a criação e o ambiente estão ali. A ecologia é total, é humana. Foi o que eu quis expressar na Laudato si’, que não se pode separar o homem do resto. Existe uma relação de incidência mútua, seja do ambiente sobre a pessoa, seja da pessoa no modo como trata o ambiente. E, também, o efeito de ‘rebote’ contra o homem, quando o ambiente é maltratado”, explicou. Compromissos
Nesta terça-feira, 21, ao final do Simpósio sobre “Prosperidade, população e planeta”, o papa e os prefeitos reunidos assinaram uma Declaração conjunta, que menciona de modo especial a Conferência sobre o Clima de Paris (COP21) como a última efetiva possibilidade de negociar acordos que possam manter o aquecimento global provocado pelo homem em um limite seguro. “Os líderes políticos de todos os Estados-membros das Nações Unidas têm uma responsabilidade especial em concordar na COP21 para um ambicioso acordo sobre o clima, que limite o aquecimento global a um nível seguro para toda a humanidade, protegendo os pobres e os vulneráveis do perigo mortal constituído pelas mudanças climáticas em andamento. Os países de alta renda deveriam contribuir para financiar as despesas com a finalidade de atenuar as mudanças climáticas nos países de baixo renda, como prometeram fazer”, diz trecho do texto. No documento, os prefeitos afirmam se empenharem “em favorecer a emancipação dos pobres e dos que vivem em condições de vulnerabilidade, reduzindo sua exposição a eventos extremos e catastróficos derivantes de profundas alterações de natureza ambiental, econômica e social, que criam terreno fértil para o tráfico de seres humanos e as migrações forçadas”. Lutar pelo fim dos abusos, da exploração, do tráfico de pessoas e de órgãos, além da prostituição e servidão doméstica também estão entre os compromissos assumidos. “Queremos que as nossas cidades e centros urbanos se tornem sempre mais socialmente inclusivos, seguros, flexíveis e sustentáveis. Todos os setores e as partes interessadas devem fazer sua parte e nós nos empenhamos plenamente neste sentido, como prefeitos e como pessoas”, desejam. Com informações e fotografia da Rádio Vaticano Fonte: http://www.cnbb.org.br/

1 de julho de 2015

Chegada dos Teatinos na cidade de Fartura

Em preparação dos 500 anos da Ordem dos Clérigos Regulares Teatinos, daqui a nove anos, estamos resgatando a nossa história de Província Brasileira. Na data de hoje, a exatamente 64 anos atrás, chegavam na cidade de Fartura os primeiros padres Teatinos: Francisco de Lucia, Lineu Bincelli e Ir. Gabriel Mesquida. Abaixo está o primeiro discurso, proferido pelo Pe. Francisco de Lucia ao então Vigário Geral da Arquidiocese de Botucatu Mons. José Melhado Campos

10 de junho de 2015

Como chegamos a saber o que é “belo”?

          
            A beleza é igual a chuva que cai do céu e molha a terra seca, onde as plantas aguardam por ela.
         As árvores ansiosas para saciar a sede de suas folhas que cai com a seca do inverno.
         O vento frio sacode as árvores do bosque, os pássaros em seus ninhos a se aquecer, a beleza está em tudo a sua volta por mais que o cenário seja de frio e um dia chuvoso como citado acima.
         Em sua vida muitas pessoas são belas em sua forma de conduzir a vida, mesmo diante de situações adversar aspiram a beleza e encontra alegria em tudo.
         A beleza é igual a rosa que nasce, cresce, dá a flor e depois murcha e cai, e em todas as fazes tem sua beleza própria igualmente a nossa vida concedida por Deus.

Henrique Nunes Oliveira

23 de maio de 2015

JORNAL GET - GRUPO DE ESTUDO TEATINO

Leia o Jornal GET - Grupo de Estudo Teatino através do link abaixo:
https://sites.google.com/site/ordemdosteatinos/arquivos/MAIO%20-%20ANO%20I%20-%20%20Edi%C3%A7%C3%A3o%20I%20.pdf?attredirects=0

FESTA DE PENTECOSTES

O dom do Espírito é a última palavra, o coroamento do percurso pascal de Cristo. Após este dom, começa a longa caminhada dos discípulos e da humanidade rumo à perfeição da criação, o “Tempo Comum”. Este é um tempo cheio do Espírito. E, pelo Espírito, o Cristo se torna interior a nós, a tal ponto misturado conosco que dificilmente é identificável: mais íntimo a nós do que a nossa própria intimidade. Temos aqui, a seguir, alguns temas e imagens escriturais que podem nos permitir progredir na inteligência do Espírito.
Primeiro, as línguas
Um fogo que se repartiu em línguas (Atos 2,3): a unidade fez-se diversidade. Isto quer dizer, sem dúvida, que a Unidade divina é rica por demais, para exprimir-se conforme um modelo só. É como o corpo humano: o homem novo é um organismo, é a organização e unificação de uma multiplicidade. Um só é o Espírito, e as línguas todas, uma diversidade. Uma só, a equipe apostólica, e a totalidade das nações.
Tem-se observado com frequência que Pentecostes anula a divisão provocada em Babel pela vontade humana do poder (1ª leitura da Vigília). Estamos sempre convidados a passar do regime de Babel ao regime do Espírito pela constituição deste Corpo de que nos fala a segunda leitura do dia. O espetáculo é com certeza menos grandioso do que o do dom da Lei, em Êxodo 19.
O texto de Atos fala, no entanto, de “um barulho como se fosse uma forte ventania” e de “línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles”. É que passamos do estado de submissão à Lei, ao estado de liberdade no Espírito. A nova Babel faz-se acompanhar de um novo Sinai. Daí em diante, seremos movidos pelo Amor que é o liame da Trindade. A Lei será então perfeitamente observada e cumprida, mas não mais em nome da Lei, e sim pela força do amor.
O vento violento
No 2º capítulo do Gênesis, vemos o homem feito de argila ser animado pelo próprio sopro de Deus, sopro que significa a respiração, mas também a vida. Sopro de Deus que pode tornar-se vento violento, para secar as águas do dilúvio ou separar em dois o Mar Vermelho; ou então um sopro novo, para uma vida nova (Ezequiel 36,26-27); ou a leve brisa que revela a presença divina para Elias (1 Reis 19,12). Jesus irá dizer que os que nasceram do Espírito são como o vento, que sopra onde quer (João 3,8). No evangelho de hoje, Jesus repete o mesmo gesto com que Deus animou Adão: comunica o seu sopro aos discípulos. Os Atos contentam-se com falar de um “barulho como se fosse uma forte ventania”. Todas estas figuras querem significar: vida, mobilidade extrema, liberdade.
A alegria
A “Sequência”, localizada entre a 2ª leitura e o evangelho, apresenta-nos o Espírito como sendo a luz e o operador de tudo o que Deus realiza em nós e por nós. Este texto termina falando na "alegria eterna". No discurso após a Ceia, o Espírito é chamado muitas vezes de defensor, de advogado de defesa que é quem sustenta, encoraja e assiste o seu cliente no decurso de um processo. Tudo isso nos diz que a vinda do Espírito se manifesta por uma inundação de alegria, o que os autores espirituais chamam de "consolação". Muitas vezes falamos de Deus como de um juiz, que retribui a cada um conforme as suas obras, mas esquecemos facilmente o fato de ser este mesmo Deus o nosso defensor.


Marcel Domergue é jesuíta. O texto é baseado nas leituras do Domingo de Pentecostes (24 de maio de 2015). A tradução é de Francisco O. Lara, João Bosco Lara e José J. Lara.
Fonte: http://www.domtotal.com/

O ESPÍRITO NOS UNE NA MESMA FÉ

Chegamos ao final do tempo pascal! Celebramos a Festa Solene de Pentecostes! A experiência pascal continua na Igreja. O Espírito Santo nos foi dado para continuarmos a missão de Jesus! Depois de uma semana ou novena de preparação, que coincide também com a semana de orações para a unidade dos cristãos, viveremos a grande vigília e festa de Pentecostes! Hoje o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos no Cenáculo e a Igreja iniciou a sua missão pública. Eis: é tudo! E, no entanto, isso é dizer tão pouco! É muito mais rico e profundo o Mistério que hoje celebramos!

Com esta Solenidade encerramos o Tempo Pascal, aqueles cinquenta dias que a Igreja celebra como se fosse um só dia, santo e glorioso, o Dia da Ressurreição. Ao apagar o círio pascal no final da última celebração deste domingo, recordaremos que essa luz nos foi entregue para que sejamos aqueles que a levam pelo testemunho e pela palavra vida afora. É o Senhor Ressuscitado que roga ao Pai que hoje nos doa o seu Espírito. O dom do Espírito é fruto da Páscoa de Cristo: é no Espírito que nossos pecados são perdoados, é no Espírito que o fruto da paixão e morte de Cristo nos é dado, é no Espírito que somos transfigurados à imagem de Cristo Jesus, que nos convertemos a cada dia, que somos enviados em missão, que compreendemos a missão de Jesus, que experimentamos a força para dar testemunho.
Sem o Espírito tudo seria apenas uma organização humana e de nada valeria para nós tudo quanto Jesus por nós disse e fez! Se neste domingo, na primeira leitura, o Espírito aparece agindo de modo tão vistoso e visível no Cenáculo de Jerusalém (como a tempestade, o terremoto e a erupção vulcânica descritos no Sinai – cf. Ex 19,3-20), é para que nós compreendamos que ele age em nós constantemente, discreto e suave como a brisa que passou diante de Moisés e Elias, fazendo-os encontrar a Deus! Eis, portanto: o Espírito é dado pelo Cristo ressuscitado, que o soprou sobre a Igreja no próprio Dia da Ressurreição – como escutamos no Evangelho de hoje –, e continua a soprá-lo sobre nós, no sinal visível da água no sacramento do Batismo, e do óleo, na santa Crisma.
No Cenáculo, no dia mesmo da Páscoa, os Apóstolos receberam o Espírito Santo para a missão, e daí saíram para anunciar o Cristo Ressuscitado a todas as nações. No nosso Batismo, banhados pela água, símbolo do Espírito, nós também recebemos em nós o Espírito de Cristo e nos tornamos cristãos, templos do Santo Espírito, chamados a viver uma vida segundo o Espírito de Cristo e, consequentemente, como animados e ardorosos missionários. Por isso, o conselho de São Paulo: "Procedei segundo o Espírito e não satisfareis os desejos da carne". O cristão, caríssimos, vivendo no Espírito desde o Batismo, já não vive mais segundo a carne, isto é, segundo a mentalidade deste mundo, segundo o pecado. Agora, ele é impulsionado pelo Espírito de Cristo, crescendo cada vez mais nos sentimentos do Senhor Jesus. Isto é a obra do Espírito, que nos vai cristificando, dando testemunho de Cristo em nós (Jo 15,26), conduzindo cada um de nós e a Igreja inteira à plena verdade de Cristo (cf. Jo 16,13). Portanto, é somente porque somos sustentados pelo Espírito, que podemos crer com toda certeza que Jesus está vivo e é Senhor e que Deus, o Pai de Jesus, é também nosso Pai, porque nos deu o Espírito do Filho, que nos faz filhos (Rm 8,16).
Foi este Espírito Santíssimo que veio de modo portentoso em Pentecostes, a festa judaica da Lei, 50 dias após a Páscoa. O Espírito de amor é a nova lei, a Lei do cristão, pois "O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo seu Espírito que nos foi dado" (Rm 5,5)! Anotemos o sentido profundo daquele acontecimento, cinquenta dias após a Páscoa, em Jerusalém! O Espírito encheu de coragem e vigor os apóstolos, de modo que eles abriram as portas e, ao lado de Pedro, o Chefe da Igreja, deram publicamente testemunho de Cristo. A Igreja abriu as portas para nunca mais fechar; falou por Pedro para nunca mais se calar! É, portanto, na força do Espírito, que a Mãe Igreja iniciou publicamente sua missão de levar o Evangelho a todos os povos. Mais ainda: o Espírito atrai e reúne línguas e pessoas tão diversas.
Estavam em Jerusalém judeus vindos de várias partes do Império Romano, judeus que não falavam mais o hebraico nem conheciam o aramaico; e, no entanto, compreendiam o que os apóstolos falavam como se fosse na sua própria língua. É o Espírito quem reúne o que está disperso, é o Espírito quem conserva a unidade, é o Espírito quem, na unidade, faz permanecer a rica diversidade das línguas, culturas e mentalidades, sempre para a glorificação do Senhor Jesus! É o Espírito quem embriaga de alegria, como um vinho bom, o vinho do Reino, o vinho novo de Caná da Galileia, que tomou o lugar da velha água da Lei! É o Espírito quem impele a Igreja para a missão, testemunhando Jesus pela proclamação da Palavra, pela celebração dos santos sacramentos e pelo testemunho santo da vida dos cristãos que, sustentados por este Santo Paráclito, são capazes de dar a vida por Jesus e com Jesus.
Pentecostes é a solenidade que nos faz retomar a consciência do papel e da missão do Santo Espírito na vida da Igreja e na nossa vida. Sem o Espírito, a Igreja seria somente a “Fundação ou Associação Jesus de Nazaré”, que recordaria alguém distante e que teria ficado no passado. Sem o Espírito, a vida dos cristãos seria apenas um moralismo opressor, tentativa inútil de colocar em prática mandamentos exigentes que o Senhor nos deu. Sem o Espírito, a evangelização seria apenas uma propaganda, um exercício de marketing.
Sem o Espírito, a nossa esperança seria em vão, porque o que nasce da carne é apenas carne, e nossa alma e nosso corpo jamais alcançariam a Deus, que é Espírito! Mas no Espírito, tudo tem sentido, tudo se enche de profunda significação: com o Espírito, a Igreja é o Corpo vivo de Cristo, no qual os membros recebem a vida que vem da Cabeça, a seiva que vem do Tronco, que é Cristo; com o Espírito, Jesus está vivo entre nós e nós O recebemos de verdade em cada sacramento que celebramos; com o Espírito, os mandamentos podem ser cumpridos na alegria, porque o Espírito nos convence que eles são verdadeiros e libertadores e nos dá, no amor de Cristo, a força para tentar cumpri-los na generosa alegria; com o Espírito, a obra da evangelização é testemunho vivo do Senhor Jesus, dado com a convicção de quem experimentou Jesus; com o Espírito, já temos a garantia, o penhor da ressurreição, pois comungamos a Eucaristia, alimento espiritual, que nos dá a semente da vida eterna. (cfr. Atenágoras).
Que neste Ano da Esperança, com a atividade concreta baseada na missão permanente em nossa Arquidiocese, todos nós nos disponhamos a deixar-nos conduzir pela ação do Espírito Santo à semelhança de Maria, cujo mês comemoramos! Temos a certeza de que veremos acontecer maravilhas entre nós! Não tenhamos medo de acolher esse grande dom de Deus em nossas vidas e deixar-nos conduzir por Ele: o Espírito Santo! “Vinde, Pai dos pobres, daí aos corações vossos sete dons” (Sequência de Pentecostes)!
Orani João Tempesta Cardeal
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Fonte:  http://www.cnbb.org.br/

15 de abril de 2015

VIDA CONSAGRADA, UM DOM DE DEUS

Quando nos remetemos à vida religiosa consagrada estamos nos referindo a certos cristãos (homens e mulheres) que se propõem a viver uma forma especial de seguimento a Jesus Cristo. São pessoas que assumem a vida em comunidade. Cultivam a oração, com um carinho especial à Palavra de Deus, tendo-a como norteadora de caminhos. Fortalecidos de forma especial pela Eucaristia e pelo serviço fraterno. Assim, colaboram de forma concreta na ação evangelizadora da Igreja, dando principal atenção aos pobres, excluídos e enfermos, os que vivem nas periferias de nosso tempo. Ao abraçarem esta forma de vida assumem também viver na castidade, pobreza e obediência às regras e constituições do próprio instituto a que pertencem e também à Igreja. Com estas características, assumem a vocação, dom de Deus, de “seguir Jesus na plena adesão ao seu Evangelho e no serviço da Igreja”, como diz o Papa Francisco em sua carta apostólica dirigida à Vida Consagrada, e com muita alegria dão testemunho ao mundo do amor infinito de Deus e de sua grande misericórdia.
A vida religiosa consiste em uma maneira de pertencer e assumir com carinho a vocação do chamado à missão, aderindo com amor ao Evangelho e ao Reino de Deus. A escolha não é mérito da pessoa, mas provém de Deus. Cabe à pessoa vocacionada à vida religiosa perceber e sentir-se atraída e envolvida pelo amor de Deus que a solicita para uma missão específica. E nesse amor infinito de Deus entrega-se por completo, deixando-se conduzir e colocando-se disponível para a missão.
O processo de maior conhecimento do vocacionado a um determinado carisma congregacional consiste no momento de enamorar-se pela vida religiosa, com uma missão específica na Igreja, chegando ao ápice com a consagração total de si, que é gesto de Deus e dom de sua graça e infinito amor por nós. O consagrado é aquele que se entrega inteiramente à proposta do Reino de Deus e diz como o profeta Jeremias: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7). Diante de tudo isso, podemos chegar à conclusão de que a vida consagrada é seguir a Cristo, partilhando a vida, as esperanças, as preocupações, dificuldades, nossas atitudes todas, entre elas a castidade, a pobreza e a obediência. Abraçando estes propósitos com amor se estará dando passos na direção correta, e se formarão consagrados que experimentam e mostram que Deus é capaz de preencher o coração humano e dar a felicidade autêntica.

14 de abril de 2015

VISITA DO VICE - PROVINCIAL AO SEMINÁRIO SÃO PIO X

Ontem, nossa comunidade recebeu a visita do nosso Vice Provincial e Reitor da Filosofia do Seminário São Caetano de Guarulhos-SP, Pe. Francisco CR.

Foi um momento muito rico, em que conversamos, trocamos experiências e buscamos orientações, para melhor vivermos como Teatinos e enquanto comunidade.

Deus abençoe Pe. Francisco pela visita e volte sempre.

10 de abril de 2015

FRATERNIDADE NA CAMINHADA

Através da frase: “Ele não pesa, é meu irmão”, pode-se deduzir que aqueles com quem convivemos cotidianamente, nunca se tornam um peso a ser carregado. Quando amamos de verdade, mesmo diante das dificuldades nas rampas da vida, o peso se torna leve. Pois quem dá força é o amor. O amor é a força motriz que nos impulsiona e dá força na caminhada de fraternidade e convivência. E assim nós devemos agir como vocacionados ao sacerdócio: carregando, ajudando os irmãos nesta caminhada pela vida. “Vivendo do comum, no comum para o comum.”

Marcos André Soares da Silva

6 de abril de 2015

CAMINHADA

Em nossa caminhada, nos deparamos com muitas dificuldades, sendo estas vistas como um peso sobre nossos braços. Porém, quando focados em um objetivo a ser alcançado, não existe peso que não é suportado ou superado.

Henrique Nunes Oliveira

31 de março de 2015

PÁSCOA: A GRANDE FESTA CRISTÃ

Estamos nos aproximando do grande momento do Ano Litúrgico. Participemos conscientemente deste momento fundamental da nossa fé.
A Semana Santa sobrevém à quaresma, mas tem desde o Domingo de Ramos uma dinâmica própria, que começa com a recordação da entrada messiânica de Jesus em Jerusalém e segue, passo a passo, os acontecimentos de sua paixão e morte, até sua ressurreição. Liturgicamente, isso é expresso sobretudo no lecionário das missas, que contemplam o relato completo da paixão, do Domingo de Ramos, da Sexta-feira Santa e de todos os demais acontecimentos dos últimos dias de Jesus.
É a semana mais importante do ano para a Igreja, e seu cume são os dias do tríduo que começa com a Ceia do Senhor.
O Domingo de Ramos é uma das missas mais concorridas do ano litúrgico em nossas comunidades. A bênção dos ramos, a cor vermelha da liturgia, o realismo da recordação evangélica da entrada em Jerusalém e do relato da paixão, muitas vezes lido por várias pessoas, conferem a essa liturgia um atrativo especial que a transforma em uma excelente ocasião de evangelização.
O Domingo de Ramos pode ser chamado de abertura do retiro anual das comunidades eclesiais. O dia litúrgico é um tanto sobrecarregado. Chama-se hoje: Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Os mistérios evocados são vastos. Talvez a 2ª leitura do Domingo, a carta de São Paulo aos Filipenses 2, 6-11, possa dar a chave para a compreensão dos dois aspectos: a Entrada triunfal de Jesus e a Paixão. Cristo humilhou-se... Deus o exaltou. A certeza da palma da vitória sobre o pecado e a morte em Cristo deve acompanhar os cristãos na contemplação dos passos da Paixão durante toda a Semana Santa.
Na segunda, terça e quarta-feira da Semana Santa, a Igreja contempla o Servo sofredor, aparecendo em figuras eloquentes como Maria Madalena que perfuma o corpo do Senhor, Pedro e Judas. A Igreja prepara-se para o Tríduo pascal.
A Quinta-feira Santa é de uma riqueza muito grande. Oferece dois momentos. A Liturgia do Santo Crisma na parte da manhã em que, profeticamente, celebra os sacramentos onde ocorre a sagrada unção: Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordem. No mesmo dia, na Missa vespertina (Ceia do Senhor), inicia o Tríduo pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor. Celebramos os mistérios da última Ceia: o novo mandamento, pelo lava-pés, a Eucaristia e o sacerdócio ministerial. Tudo isso, pela entrega de Jesus para ser crucificado, pela entrega de Jesus em cada Santa Missa, pela entrega dos cristãos pelo amor fraterno.
Na Sexta-feira da Paixão do Senhor, observe-se por toda a parte, o sagrado jejum pascal. E, onde for oportuno, também no Sábado Santo até a Vigília Pascal. Na Sexta-feira Santa não celebra a Eucaristia. Ela permanece em jejum. Comemora a Morte de Cristo por uma celebração da Palavra de Deus, constando de leituras bíblicas, de Preces solenes, adoração da Cruz e Comunhão sacramental.
Em sintonia com o realismo litúrgico desses dias, sugere-se sua celebração às três horas da tarde (15 horas), hora da morte de Jesus. Como no Domingo de Ramos, também na Sexta-feira Santa, usa-se a cor vermelha e lê-se o relato completo da paixão segundo são João.
A Sexta-feira Santa é dia de muitas manifestações da religiosidade popular: em muitos lugares a via sacra percorre povoados ou bairros inteiros, às vezes com encenação das estações e sempre com grande participação dos fiéis; a procissão do Cristo morto é outro costume arraiado em alguns lugares. As imagens de Cristo ensanguentado, o “homem das dores”, tem sido um forte elemento de identificação para o povo mais simples e sofredor: esse homem ferido e maltratado é o Filho de Deus vitorioso e ressuscitado.
No Sábado Santo, com início na Sexta, a Igreja celebra a Sepultura do Senhor, sobretudo através da Liturgia das Horas, aguardando na esperança a ressurreição do Senhor. A tristeza pela morte de Jesus, celebrada no dia anterior, prolonga-se simbolicamente até a celebração da Páscoa. No sábado celebra-se apenas a Liturgia das Horas diante do altar despido e da cruz de Cristo.
A Vigília Pascal, na noite santa da Ressurreição do Senhor, é considerada a “mãe de todas as santas vigílias”. Nela a Igreja espera vigilante a Ressurreição de Cristo e a celebra nos sacramentos. Por conseguinte, toda a celebração dessa vigília sagrada deve ser feita durante a noite, de tal modo que ou comece depois de iniciada a noite ou acabe antes da aurora do domingo.
A vigília pascal abre o terceiro dia do tríduo e o dia máximo da festa do ano litúrgico. É uma celebração repleta de símbolos: o fogo do início; o círio aceso nesse fogo e levado em procissão até o templo enquanto se canta a aclamação “luz de Cristo”; o precônio pascal, obra-mestra da literatura; a extensa liturgia da palavra, que percorre toda a história da salvação; a celebração da iniciação cristã – se há –; a renovação das promessas batismais acompanhada da aspersão com água benta; e, finalmente, a eucaristia, que mais que nenhuma outra do ano é memória agradecida pelo mistério pascal de Cristo.
O domingo da ressurreição tem, além disso, uma missa do dia, na qual se canta bonita sequência pascal. Na vigília, nas missas da ressurreição e em todo o tempo pascal o branco litúrgico simboliza o resplendor da vida nova. O “Aleluia”, que havia sido calado durante a quaresma, volta a ser cantado com renovada alegria a partir desse dia, especialmente durante o tempo pascal.
O tempo pascal, chamado também de “cinquentena pascal”, é formado pelos cinquenta dias que vão desde o domingo da ressurreição até a solenidade de Pentecostes. Hão de ser celebrados com alegria e exultação como se se tratasse de um só e único dia festivo, mais ainda, como um “um grande domingo”. Dentro desse tempo tem especial importância: os oito primeiros dias, a “oitava da Páscoa”, que se celebram como solenidades do Senhor; os seis domingos depois da Páscoa; o dia da Ascensão do Senhor, que se celebra segundo a data do livro dos Atos dos Apóstolos, no quadragésimo dia depois da ressurreição; nos lugares onde não é preceito, essa festa é transferida para o domingo; o quinquagésimo dia, domingo de Pentecostes.

Jaciel Dias de Andrade


Após essa breve reflexão, desejo à você, leitor, e todos seus familiares uma excelente Páscoa!
Bibliografia Básica
CNBB, Instrução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário. Brasília, Edições CNBB. 2008.
BECKHAUSER, Alberto. Viver o ano litúrgico: reflexões para os domingos e solenidades. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
Manual de Liturgia, CELAM, vol I: A celebração do mistério pascal – Introdução à celebração litúrgica. Trad. : Maria Stela Gonçalves. SP: Paulus 2004.